por Adriano S. M.
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(Conversão de Código Morse
para Português: OLA AQUI QUEM FALA E O ADRIANO DO JAPANEWS.)
Pode até
parecer engraçado ou mesmo estranho começar um artigo dessa maneira, mas, no
início do século XIX, esse era o único modo conhecido de se receber uma
mensagem instantânea de um lado ao outro do mundo, pelos famosos telégrafos. Atualmente
temos uma maneira melhor de nos comunicarmos instantaneamente. O chamado SMS
(do inglês Short Message Service – Serviço de Mensagens Curtas) é uma
tecnologia inovadora que domina nossos meios de comunicação desde as décadas de
1980 a 1990. Mas alguns poderiam até dizer “Ô Adriano, tu é de que época? SMS é
coisa de vovô que usa aqueles celulares ‘tijolão’! ”. Bom, se acha isso, vamos
voltar um pouco na história da comunicação para a época dos grandes carteiros e
suas grandes bolsas cheias de cartas de outros países para serem distribuídas
nas cidades. “Mas isso não é tão velho assim, Adriano! Meu pai recebe ainda as
contas pela caixa de correio.” Certamente, isso porque não foi completamente
substituído pelo sistema de pagamentos online, pelo menos o sistema brasileiro,
mas mandar cartas não é da minha época e com certeza também não é da sua nem de
nossos pais; seus avós talvez possam contar como é manter uma conversa por
cartas.
Mas vamos mais
além no passado! Pombos-correios! Grande meio de transporte de informações a
grandes distâncias – se não fosse abatido no meio do caminho para um
churrasquinho – muito utilizado para atualizar os grandes monarcas e pessoas de
alto padrão social desde que se sabe da domesticação de aves. Imagina você
acordando numa bela manhã de sábado, indo ver a luz do sol, quando nota a distância
um pequeno pombo se aproximando. Você pensa: “Café da manhã!”. Volta para sua
casa, prepara um chumbinho, uma espingarda de pressão e espera a pobre ave se
aproximar para encontrar o fim de sua jornada antes do esperado. Após abater o
animal, você vai lá recolher o pombo e nota na sua perna um rolinho de papel
amarrado. Tomado pela curiosidade, você o pega e abre para ver seu conteúdo,
então se espanta ao saber que ali existe uma informação valiosíssima, que só
vai ser revelada no final do filme. Baita enredo, não? Daria um bom filme de
ação com o Tom Cruise com certeza! Mas sabemos que a nossa realidade é bem
diferente da fantasia que o mercado cinematográfico traz para nós.
O que vamos
realmente ver aqui, depois de uma longa introdução, é como a informação se
propaga no mundo globalizado atual e seus impactos na sociedade cada vez mais
conectada nesse mundo instantâneo. Mas antes um pouco de aulinha de história da
informação. Claro que não vamos ver os primórdios da informação, que se iniciou
desde que o ser humano aprendeu a se comunicar por meio de sons e gestos, mas
sim o início do transporte da informação por meio de estudos e descobertas
feitas por grandes homens do campo científico. Então vamos lá!
No século
XVIII, um engenheiro francês chamado Claude Chappe, sobrinho do famoso
astrônomo Jean-Baptiste Chappe d’Auteroche, construiu com a ajuda de seus 4
irmãos um sistema de estações que repassavam sinais ópticos, ideia concebida na
Antiguidade, porém nunca trabalhada até então. Com a ajuda de um de seus irmãos,
que fazia parte da Assembleia Legislativa durante a Revolução Francesa, Claude
conseguiu o apoio para a construção das estações de retransmissão de sinais
ópticos de Paris a Lille, a cerca de 190 quilômetros, para transmitir despachos
da guerra. Os irmãos Chappe notaram que seria muito mais fácil de se ver os
ângulos de uma haste do que a presença ou a ausência de painéis, que era o
projeto inicial.
No final do
desenho, o equipamento continha dois braços conectados a uma barra transversal.
Ele trabalhava com um sistema de combinações por posição de cada braço e da
barra transversal. Cada braço tinha sete posições, e a barra, quatro posições,
permitindo um código de 196 combinações, e só seriam eficientes durante o dia,
pois nem com a utilização de lâmpadas nos braços foi possível visualizá-los
durante a noite. Cada estação era construída entre 12 e 25 quilômetros de
distância de outra estação e continha dois telescópios, para poder se verificar
os dois sentidos da linha. As primeiras mensagens foram mandadas com sucesso de
Paris a Lille. Em 1794, a linha informou a Paris a captura de
Condé-sur-I’Escaut dos austríacos em menos de uma hora após o ocorrido.
No século XIX,
um homem chamado Samuel Morse, um físico e pintor norte-americano, certa vez
participou de uma conversa sobre o eletroímã (equipamento utilizado para se
gerar campo elétrico utilizando-se de corrente elétrica), um aparelho peculiar
para a época e também muito pouco conhecido. Após essa conversa, Morse, ao
final de sua viagem, teve uma ideia que revolucionou o mundo das comunicações
da época, com o conhecimento que ele adquiriu sobre o eletroímã e sua função de
gerar campo magnético para construir o que se conhece hoje como telégrafo
elétrico, desenvolvido para se transmitir mensagens por meio de um cabo
condutor de eletricidade, na maioria das vezes intercontinental, que transmitia
pulsos elétricos onde, de acordo com um código de pontos e traços, se formavam
as palavras da mensagem transmitida. Mas, como era demorado para se converter o
código Morse para o idioma do país destinado, mesmo para profissionais, as
mensagens tinham que ser curtas e objetivas.
Os traços e
pontos utilizados para se escrever em Código Morse servem para representar os
sinais curtos ou o “dit” (.) e os sinais longos ou o “dah” (-). Para aprender
melhor Código Morse recomendo este site: http://pt.wikihow.com/Aprender-C%C3%B3digo-Morse.
Não é o melhor site para aprender Código Morse, mas achei interessante a
maneira como ele ensina. Para uma explicação detalhada do funcionamento do
eletroímã e do telégrafo, acesse este link: https://pt.wikipedia.org/wiki/Eletro%C3%ADm%C3%A3#Tel.C3.A9grafo.
Após a criação
do telégrafo elétrico, veio a dúvida se era possível transmitir um som ou mesmo
a voz humana por meio do sinal elétrico. Antonio Meucci e Alexander Graham Bell
responderam as duas perguntas. Antonio Meucci, inventor italiano e associado a
Giuseppe Garibaldi, estudou os princípios da transmissão eletromagnética da voz
por muitos anos e, após terminar sua invenção, melhorou-a de várias maneiras
para poder ser aplicada para o uso da sociedade, o que conhecemos hoje como telefone;
porém, não tendo recursos para continuar seu projeto, apenas o suficiente para
patentear provisoriamente sua criação, teve que vendê-lo para Alexander Graham
Bell, que então patenteou a invenção de Meucci como sua. Meucci então entrou em
processo contra Bell, porém Meucci faleceu durante o processo e Bell ficou
conhecido como inventor do telefone, até o trabalho de Meucci ser reconhecido
em 11 de junho de 2002, durante o Congresso dos Estados Unidos, que aprovou uma
resolução na qual estabelecia Antonio Meucci como inventor do telefone, e não
Alexander Graham Bell.
O telégrafo
foi muito utilizado até o final da Segunda Grande Guerra que, junto com o
primeiro conceito de rádio de longo alcance chamado de SSB (do inglês Single
Side Band – Banda Lateral Única), transmitia códigos criptografados e informações
para a inteligência de um lado ao outro do Atlântico. Mas ele não deixou de ser
utilizado após a invenção do rádio. Até hoje o telégrafo é muito utilizado na
navegação aérea e marítima em um sistema de radiofarol chamado NDB (do inglês
Non-Directional Beacon – Radiofarol Não Direcional). Para mais informações
sobre o radiofarol, acesse o link: https://pt.wikipedia.org/wiki/Radiofarol_n%C3%A3o_direcional.
Quanta informação, Adriano! Deve ter dado muito trabalho! Mas aumentou nosso conhecimento. Parabéns!
ResponderExcluirÓtimo artigo Adriano! Parabéns! Já fiz um código utilizando piano e ficou muito tri! Ansiosa pela continuação! Beijos!
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